Seu cheiro no travesseiro
na cama, um lugar vazio.
Lembranças o tempo inteiro,
presas em um desafio.
A voz que lhe encantava
não tem mesma rigidez.
Os versos que recitava
perderam-se todos de vez.
O teto já desabou
paredes, nada ficou.
Tudo isso foi ao chão.
Mesmo sem anestesia
tu fizeste uma cirurgia
e levou meu coração.
João Igor
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Soneto da Saudade
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Renivaldo de Jesus
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09:25
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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Seguindo o passo do amor
Vem e traz o que não procuro mais
parei de procurar quando decidi que tudo isso é demais
deixei tudo para traz e fui curtir mesmo assim
mas a verdade é que a esperança ficou em mim
Esperança de ver meu amor ir de encontro ao seu
de tanto seguir seus passos me perdi do meu
afinal são meus passos que me fazem andar
mas a direção são dos seus que fico a procurar
Esperei que também viesse em minha direção
mas se assim fosse eu não perderia nenhum passo de vista
cansei de seguir o passo de amores que vêm e vão
parei de procurar quando decidi que tudo isso é demais
deixei tudo para traz e fui curtir mesmo assim
mas a verdade é que a esperança ficou em mim
Esperança de ver meu amor ir de encontro ao seu
de tanto seguir seus passos me perdi do meu
afinal são meus passos que me fazem andar
mas a direção são dos seus que fico a procurar
Esperei que também viesse em minha direção
mas se assim fosse eu não perderia nenhum passo de vista
cansei de seguir o passo de amores que vêm e vão
Autor: Yúri Paiva
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Renivaldo de Jesus
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12:18
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sábado, 14 de dezembro de 2013
Coração de vidro
Nunca pensei,
mas tenho o coração de vidro !
Imperfeito,cheio de ranhuras,quebradiço !
É por isso,que sangra !...
Embaça,às vezes,perde viço !
É por isso que sofro;
Dói tanto no meu peito !
Como consertá-lo?
Será que ainda tem jeito ?
Beatriz M.F.S. Rabelo
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Renivaldo de Jesus
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09:30
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sábado, 30 de novembro de 2013
Deixe-me
Deixe-me habitar em você
Deixe-me em seu coração entrar
Alimentar-lhe com meu beijo
Fortalecer-te com o meu amor
Deixe-me,só não mim deixe sofrer
Não mim deixe morrer sem seu amor
E por falta dele morrer
Mas, fazer-te feliz,deixe-me
Autor:Renivaldo de Jesus
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Renivaldo de Jesus
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10:23
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sábado, 23 de novembro de 2013
Musa
Dizem que não, mas sei que sim,
Uma delas me acompanha.
Não a vejo, mas a sinto e sua
presença me acanha.
Não a vejo, mas sinto seu perfume.
Que me embriaga e me seduz,
Que inspira minha alma e nas palavras
me conduz.
Ela é a fonte, é o ser,
É a inspiração que vem do nada.
Uns entendem, outros tentam entender.
O sentido da velha estrada.
Ela é o mito que se torna estro,
É a estrela do canto poético.
Ela é a raiz no fundo do oceano,
É a palavra que não se torna engano.
Ela é a luz em um ponto forte
De uma mente brilhante e confusa.
Se da poesia vive o poeta,
Na inspiração vive a musa.
Henrique Neves
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Renivaldo de Jesus
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12:25
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sábado, 16 de novembro de 2013
Se quiser falar de amor...
Se quiser falar de amor tudo bem,
Irei além, entrarei no tempo sem tempo
Farei do momento o plano perfeito.
Se quiser falar de amor que não seja em vão
Para que futuramente não peça perdão
Caindo em contradição com suas promessas.
Se quiser falar de amor estarei aqui
Calarei-me para lhe ouvir,
Mas não pense em fugir da verdade.
Se quiser falar de amor lhe darei o mundo,
Mas lembre-se em que apenas um segundo
O mundo pode acabar.
Se quiser falar de amor libertarei o sentimento,
Mas espero não encontrar o lamento
Por querer te amar.
Irei além, entrarei no tempo sem tempo
Farei do momento o plano perfeito.
Se quiser falar de amor que não seja em vão
Para que futuramente não peça perdão
Caindo em contradição com suas promessas.
Se quiser falar de amor estarei aqui
Calarei-me para lhe ouvir,
Mas não pense em fugir da verdade.
Se quiser falar de amor lhe darei o mundo,
Mas lembre-se em que apenas um segundo
O mundo pode acabar.
Se quiser falar de amor libertarei o sentimento,
Mas espero não encontrar o lamento
Por querer te amar.
Henrique Neves
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Renivaldo de Jesus
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quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Poetizar
Poetizar é dar sentido
É sentir sem ser machucado
É viver a emoções das palavras
é chorar,amar,odiar
mas nunca morrer
viver o sentido da vida
uma vida com sentido
emocionando e sendo emocionado
Renivaldo de Jesus
É sentir sem ser machucado
É viver a emoções das palavras
é chorar,amar,odiar
mas nunca morrer
viver o sentido da vida
uma vida com sentido
emocionando e sendo emocionado
Renivaldo de Jesus
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Renivaldo de Jesus
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10:11
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013
CRUZOU POR MIM, VEIO TER COMIGO, NUMA RUA DA BAIXA
CRUZOU POR MIM, VEIO TER COMIGO, NUMA RUA DA BAIXA
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).
Sinto urna simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
Às normas reais ou sentimentais da vida —
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento de justiça, ou capitão de cavalaria
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas,
E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor.
Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-me com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se há uma razão exterior para ela?
Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.
Tudo mais é estúpido como um Dostoievski ou um Gorki.
Tudo mais é ter fome ou não ter que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.
Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.
Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele
Pobre que não era pobre, que tinha olhos
tristes por profissão.
Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!
E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro da minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido.
Já disse: Sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: Sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.
Autor:Fernando Pessoa
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).
Sinto urna simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
Às normas reais ou sentimentais da vida —
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento de justiça, ou capitão de cavalaria
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas,
E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor.
Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-me com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se há uma razão exterior para ela?
Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.
Tudo mais é estúpido como um Dostoievski ou um Gorki.
Tudo mais é ter fome ou não ter que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.
Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.
Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele
Pobre que não era pobre, que tinha olhos
tristes por profissão.
Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!
E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro da minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido.
Já disse: Sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: Sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.
Autor:Fernando Pessoa
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07:01
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Navegar.Fernando Pessoa
Descubra tesouros
Mas não os atire para o fundo do mar,
o lugar deles é lá.
Admire a Lua.
Sonhe com ela,
Mas não queira trazê-la para terra.
Admire o Sol,
Deixe-se acariciar por ele.
Mas lembre-se que o seu calor
é para todos.
Sonhe com as Estrelas,
Apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento.
Ele precisa de correr para toda a parte
Ele tem pressa de chegar.
Não apresse a chuva.
ela quer cair e molhar muitos rostos.
Não pode molhar só o seu.
As Lágrimas?
Não as seque
Elas precisam de correr na minha,
na sua, em todas as faces.
O Sorriso?
Esse deve-se segurar
Não o deixe ir embora.
Agarre-o!.
Quem você ama?
Guarde dentro de um guarda-joias,
tranque, perca a chave!.
Quem você ama.
é a maior joia que você possui.
A mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda.
Conserve a vontade de viver.
Não chega a parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar.
E as portas também.
Persiga um sonho,
não deixe ele viver sózinho.
Alimente a sua alma com amor.
Cure as suas feridas com carinho.
Procure sempre o fim de uma história
Seja ela qual for.
Não se acostume.
com o que não o faz feliz.
Revolte-se quando julgar necessário.
Circunde-se de Rosas
Ame
Beba
e
Cale
O MAIS É NADA
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Renivaldo de Jesus
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07:28
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segunda-feira, 16 de setembro de 2013
biografia
O poema vai nascendo
num passo que desafia:
numa hora eu já o levo,
outra vez ele me guia.
O poema vai nascendo,
mas seu corpo é prematuro,
letra lenta que incendeia
com a carícia de um murro.
O poema vai nascendo
sem mão ou mãe que o sustente,
e perverso me contradiz
insuportavelmente.
Jorro que engole e segura
o pedaço duro do grito,
o poema vai nascendo,
pombo de pluma e granito.
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Renivaldo de Jesus
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