quarta-feira, 9 de maio de 2012

2º SONETO À MORTE DE AFONSO BARBOSA DA FRANCA


Alma gentil, esprito generoso,
Que do corpo as prisões desamparaste,
E qual cândida flor em flor cortaste
De teus anos o pâmpano viçoso.
Hoje, que o sólio habitas luminoso,
Hoje, que ao trono eterno te exaltaste,
Lembra‑te daquele amigo a quem deixaste
Triste, absorto, confuso, e saudoso.
Tanto tua virtude ao céu subiste,
Que teve o céu cobiça de gozar‑te,
Que teve a morte inveja de vencer‑te.
Venceste o foro humano em que caíste,
Goza‑te o céu não só por premiar‑te,
Senão por dar‑me a mágoa de perder‑te.
Autor:Gregorio de Matos

Nenhum comentário:

Postar um comentário