sábado, 28 de julho de 2012

O MORCEGO


Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
“Vou mandar levantar outra parede...”
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

sábado, 7 de julho de 2012

Onde perde-se a razão


Um dia um sábio
falou que as flores
eram símbolos
de amor.
Mas os espinhos
não facilitavam
e impunham dor.
Um dia eu lhe conheci
e apaixonei
intensamente.
Não quero mais espinhos
e nem mais flores,
só te amar loucamente
Autor  Leonardo Koury Martins